Desde os tempos pré-Orkut e Facebook, a interação entre policiais e a população encontrou nas redes digitais um canal potente de expressão. Recordemos 2009, quando blogs policiais causaram verdadeiro rebuliço, com repercussões internacionais, sendo até objeto de pesquisa da Onu. Oficiais do Rio de Janeiro se manifestavam contra as políticas dos governos estaduais, ocasionando uma série de demissões e prisões que chocaram a sociedade Esses blogs policiais tornaram-se verdadeiras febres no seu período. Em estados onde antes existia apenas um blog conhecido, este número chegou a 35 após a onda de popularização. Era como se cada setor da polícia tivesse sua voz digital. O Comandante-Geral, por exemplo, utilizava essa ferramenta para relatar suas atividades e se aproximar da tropa.Blogs também eram mantidos por outros membros da corporação com funções específicas. Instrutores de tiro compartilhavam técnicas e a história do tiro policial. Chefes de ensino discutiam práticas educacionais e capacitação. Até mesmo a Corregedoria possuía seu próprio espaço de expressão. A diversidade de conteúdos disponíveis era realmente impressionante. Entretanto, após algum tempo, os blogs começaram a perder espaço. A chegada do Instagram ao Brasil em 2010 e a popularização de outras redes sociais marcaram uma nova era na comunicação digital. Os policiais, então, migraram suas vozes para essas novas plataformas, mantendo viva a tradição de expressão e diálogo iniciada nos blogs.
Embora o formato tenha mudado, o objetivo principal permaneceu o mesmo: estabelecer um canal aberto de comunicação com a sociedade, compartilhar conhecimentos e experiências, e fomentar uma relação de proximidade e transparência entre a polícia e os cidadãos .
Nesse contexto, os youtubers policiais surgem como os novos protagonistas dessa história, perpetuando a cultura de interação e compartilhamento que os blogs policiais ajudaram a consolidar.
Youtubers Policiais: Alvo de Perseguições e Instrumento de Proximidade com a Sociedade
Anúncios em televisão e rádio sempre demandaram investimentos significativos. Porém, com o advento das redes sociais, essa exposição se tornou acessível e potencialmente gratuita.
A aproximação dO policial com o cidadão não deveRIA ser vista como problema, mas sim como uma grande oportunidade.
Agora, com a ascensão do YouTube, estamos presenciando o surgimento de uma nova geração de youtubers policiais. Alguns alcançaram a incrível marca de dois milhões de inscritos, demonstrando o interesse do público por essa temática. Entretanto, esse sucesso tem sido acompanhado por uma onda de perseguições preocupante.
É fundamental entender que, em um estado democrático de direito, a liberdade de expressão deve ser garantida a todos, inclusive aos policiais. Tais profissionais possuem um conhecimento valioso e uma perspectiva única que pode ajudar a sociedade a entender melhor o funcionamento e os desafios da segurança pública.
Para que possamos aproveitar ao máximo esse canal de comunicação, é necessário garantir que esses youtubers policiais possam se expressar sem medo de represálias. Ao invés de silenciar essas vozes, devemos incentivar a liberdade de expressão e o diálogo construtivo. Afinal, a construção de uma segurança pública mais efetiva e transparente é do interesse de todos nós.
Canal Kauam Pagliarini,
Ex-policial civil de Santa Catarina, 433 mil seguidores, pediu baixa da PCSC
Canal Perdeu, piá
Ex-Policial Militar do Paraná, seu canal conta com 514 mil inscritos. Ele disse em setembro de 2021 que pediu para sair após perseguições.
Canal Volts – Concursos Públicos
O Canal Volts é de ex-PRF que pediu para sair, por motivos particulares, porém já abordou diversas vezes sobre a saída de seus colegas de youtube e de profissão .
O triste contexto da PRF na saída do Luís Krieger do Quebrando as Bancas
Saiu da PRF em Julho de 2022, possuí um canal com 163 mil inscritos. Saiu do MPF e entrou na PRF, após críticas sobre a suposta “militarização” da PRF, virou alvo de PADs e acabou pedindo exoneração.