Dez anos atrás, na revista Police, falavam sobre a revolução das máquinas fotográficas digitais de 5 megapixels que representaram um salto enorme no trabalho da polícia. Hoje, os agentes estão “vestindo” câmeras de vídeo e os departamentos estão tendo dificuldades sobre o que fazer com todos os dados disponíveis e coletados. Os departamentos estão agora procurando as melhores maneiras de coletar, analisar e armazenar zettabytes de dados. Também estamos enfrentando hordas de hackers que estão mirando seus ataques em computadores, big data, drones e sim, até mesmo na nossa comida e DNA. Estes foram os temas discutidos em um programa especial sobre o futuro da polícia realizado na sede da TASER International em Scottsdale, Arizona, EUA, no mês passado.
O programa foi criado por Rick Smith, CEO da TASER, que havia recentemente participado do programa executivo de 7 dias da Universidade Singularity, em Moffett Field, Califórnia, EUA. O programa demonstrou tecnologias emergentes que todos nós iremos ter acesso, eventualmente, em nossas carreiras e vidas. Ele levou o programa à sede da TASER e o compactou em uma apresentação de 10 horas intitulada de “Tendências Futuristas dos Avanços da Tecnologia”.
Quando cheguei, vi que o piso principal do prédio da TASER havia sido transformado em uma sala de alta tecnologia com capacidade para cerca de 100 pessoas, com um palco e um monitor de vídeo gigante que parecia com o do novo estádio do Texas. Entretanto, os assentos eram de baixíssima tecnologia, o que tornou difícil se manter confortável até que o primeiro palestrante começasse. Após o início do programa, o conforto do assento já havia perdido importância diante da desconfortável sensação de estar à beira de um verdadeiro “salto quântico” para uma tecnologia incomensurável. Eu passei o dia encantado com o que estava sendo apresentado por alguns dos maiores futuristas do Vale do Silício.
Salim Ismail da Universidade Singularity deu o tom do dia com alguns dados estatísticos sobre quantas pessoas estarão conectadas, digitalizadas e passíveis de serem hackeadas nos próximos 10 anos. Isto porque milhões de smartphones conectam pessoas entre si em todo o mundo e, infelizmente, também as conectam aos criminosos. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi que as unidades de crimes cibernéticos dos departamentos de polícia definitivamente não possuem o número de pessoas para lidar com o que está por vir.
A biotecnologia foi o tema favorito dos palestrantes do dia. Ismail colocou o sequenciamento do DNA humano em perspectiva, dizendo que qualquer pessoa será capaz de conseguir ter o seu próprio perfil genético por cerca de 100 dólares num futuro próximo. E o que o mapeamento de todo o genoma humano feito em 2008 tem a ver com segurança pública? Bem, por um lado, a tecnologia disponível atualmente pode codificar o DNA a partir de uma bituca de cigarro e usar este perfil genético para compor uma imagem 3D computadorizada do rosto do dono daquele DNA. Junte isso aos avanços constantes dos programas de reconhecimento facial e você pode ter um suspeito identificado com quase nenhum esforço e em pouquíssimo tempo. Já se foram os dias de passar horas procurando por arquivos com fotos.
Durante o dia, eu tentei concentrar nas informações que afetariam o serviço da polícia. Abaixo, listei alguns dos tópicos que foram discutidos e como eu acredito que eles irão afetar o policiamento num futuro próximo.